Palacete Silvério Nery tem reforma embargada em Manaus


Confesso que ainda me surpreendo com a forma como se lida com o patrimônio em Manaus. São muitas as instituições envolvidas no processo de revitalização, reforma, adequação de prédios e espaços considerados representativos do patrimônio urbano da cidade. Ainda preciso entender melhor como operam cada uma dessas instituições e qual o sentido que essa ideia de patrimônio, materializada na arquitetura, tem para elas. As intenções são muitas e não é possível desvendar apenas na análise dos discursos que são veiculados pela mídia, porque muito não é revelado. Este foi só um pensamento alto. Segue a matéria do G1 sobre a interdição do Palacete Silvério Nery, no Centro Histórico de Manaus.

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G1 AM
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21/05/2013 07h31 - Atualizado em 21/05/2013 07h31

Reforma de palacete centenário é 



embargada no Centro de Manaus


Implurb interditou obra após constatar mudanças no projeto original.
Denúncia apontou demolição de pavimentos e da escada do local.

Do G1 AM
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Obras no Palacete Silvério Nery foram embargadas no Centro de Manaus (Foto: Divulgação/Implurb)Obras no Palacete Silvério Nery foram embargadas no Centro de Manaus (Foto: Divulgação/Implurb)
O Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb) embargou as obras do Palacete Silvério Nery, localizado na Avenida Joaquim Nabuco, no Centro de Manaus. A medida aconteceu na última segunda-feira (20) e, segundo o órgão, foi baseada em uma vistoria técnica que constatou alteração no projeto original de reforma, inclusive, com demolições internas não previstas. O prédio é um dos símbolos do período da borracha e foi construído em 1899.
A denúncia chegou ao órgão no último domingo (19) e equipes da Defesa Civil e Secretaria Extraordinária de Requalificação do Centro (Semex) estiveram no local. No Palacete, estavam apenas pedreiros, que tiravam madeira da área interna, do teto e assoalho. Segundo o Implurb, entre os pontos irregulares constatados, estão a demolição interna da escada original, de todo o piso do primeiro e segundo pavimentos, do segmento da fachada e a derrubada de toda a alvenaria que estava sobre os pisos. O órgão ainda apontou a retirada de pisos, escada, vigas e pilares.
De acordo com o órgão municipal, o embargo foi feito pelo desacordo com a autorização de reforma, que previa, entre outros, reconstituição da fachada histórica com recomposição dos elementos estéticos, como esquadrias, cimalhas, frisos, molduras e demais ornatos na forma original (nada iniciado); implantação de lajes pré-moldadas; aplicação de revestimento cerâmico interno para o piso dos dois pavimentos na cor bege; aplicação de revestimento em ladrilho hidráulico antiderrapante para o piso externo; aplicação de mármore carrara para as paredes divisórias dos banheiros; pintura na cor branca das portas de madeira de lei.
A Defesa Civil alertou para a necessidade de a fachada receber um escoramento durante os trabalhos internos, a fim de reduzir qualquer possibilidade de risco e dano. Mas até a regularização da obra, a mesma deverá permanecer paralisada.
A certidão de reforma sem acréscimo foi cancelada pelo Implurb em razão da vistoria ter encontrado situação diferente do documento. No embargo, a fiscalização verificou obstrução de logradouro público com exposição de madeira, com pregos fixados, pelo portão principal da casa.
Modificação na proposta original de reforma de palacete motivou suspensão das obras (Foto: Divulgação/Implurb)Modificação na proposta original de reforma de palacete motivou suspensão das obras (Foto: Divulgação/Implurb)

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